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quarta-feira, 7 de maio de 2014

Manobras de bastidores



                          PAULO GOMES DESMENTE
     APOIO A JOMAV

 Paulo Gomes, o candidato independente, o terceiro mais votado na primeira volta das eleições presidenciais desmentiu um alegado apoio na segunda volta ao candidato do PAIGC, José Mário Vaz.


“A Guiné-Bissau é um país de especulações e de rumores” foi como Paulo Gomes reagiu às notícias que davam como garantido o seu apoio a José Mário Vaz, a troco de um lugar ministerial.

 

Esta questão vem sendo ventilada e tudo indica que é uma forma como tentam negociar apoios a José Mário Vaz, que disputa com o independente Nuno Gomes Nabiam a segunda volta das eleições presidenciais.



As notícias surgem sempre acompanhadas de especulações sobre a formação do novo governo e de seguida há quem através de diversos contactos venha sugerir um apoio a José Mário Vaz, dando a entender que esse apoio poderá representar um lugar no futuro governo.



Devido à insistência sobre a necessidade de o próximo governo, que será chefiado pelo líder o PAIGC, Domingos Simões Pereira, ser um governo de inclusão e não monopartidário, com a integração de elementos da oposição e de personalidades independentes, os representantes deste partido têm tentado cavalgar esta opinião e canalizar os convites para a possibilidade de integração dessas personalidades independentes ou mesmo de outros partidos, num futuro governo, como moeda de troca ao apoio a Jomav.



Ramos Horta tem-se multiplicado em declarações no sentido de defender um governo de inclusão e o PAIGC sem abrir mão sobre qual o critério que presidirá à composição do novo executivo anda través este processo a pescar apoios à sua candidatura presidencial.



Paulo Gomes pôs um ponto final nesta especulação. Seria interessante saber quantos outros terão sido contactados e qual tem sido a resposta.



O PAIGC nestas últimas eleições legislativas perdeu 12 deputados e é sabido que a liderança de Simões Pereira não é consensual e que o partido está dilacerado por divisões internas o que pode fragilizar de forma irreversível o esmagador monopólio com que este partido tem bloqueado a vida política na Guiné-Bissau.



Simões Pereira não abre o jogo sobre a futura composição do governo, mas em seu redor há grandes movimentações. Cada grupo, cada sector de interesses sonha ter um assento no futuro conselho de ministros sendo por isso muito difícil que o actual líder do PAIGC consiga satisfazer todos e muito mais difícil explicar aos que têm uma forte formação sectária e arrogante, que podem ser postergados num futuro elenco governamental em detrimento de personalidades mais competentes mas de filiação partidária diferente dos auto-intitulados libertadores, ou mesmo de independentes de maior notoriedade e melhor competência.



Nesta fase este silêncio sobre qual as linhas orientadoras de um futuro governo, se monopartidário ou de inclusão, serve apenas para o PAIGC lançar a rede e canalizar suportes para o seu candidato presidencial que face a uma dinâmica independente protagonizada pela candidatura de Nuno Nabiam poderá obrigar o PAIGC a largar a sua tralha interna e abrir-se definitivamente à sociedade e governar com os mais competentes.



Esta lufada de ar fresco já levou Nuno Nabiam  a dizer que enquanto presidente não terá quaisquer dificuldades em trabalhar em cooperação com Domingos Simões Pereira como primeiro-ministro, mas o contrário ainda não foi dito. Parece que a nova mentalidade de inclusão ainda não terá chegado a tanto



Por outro lado, o facto de sobre José Mário Vaz impender uma acusação do Ministério Público de ter sonegado mais de 12 milhões de dólares enquanto membro do governo de Cadogo, dinheiro esse que constava de um apoio orçamental que nunca deu entrada nos cofres do estado quando Jomav era ministro das Finanças, cria grandes embaraços à nova imagem que Simões Pereira deseja protagonizar.



São demasiadas ligações a um passado que levou a Guiné-Bissau ao desprestígio que todos dizem querer ultrapassar

Um comentário:

  1. De facto na Guine vivesse disto e para isto. Perdem muito tempo a falar e pouco a produzir. Estou com o Paulo Gomes pena que nao produzam

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