PAULO GOMES DESMENTE
APOIO A JOMAV
Paulo Gomes, o candidato independente, o
terceiro mais votado na primeira volta das eleições presidenciais desmentiu um
alegado apoio na segunda volta ao candidato do PAIGC, José Mário Vaz.
“A Guiné-Bissau é um país de
especulações e de rumores” foi como Paulo Gomes reagiu às notícias que davam
como garantido o seu apoio a José Mário Vaz, a troco de um lugar ministerial.
Esta questão vem sendo ventilada e tudo
indica que é uma forma como tentam negociar apoios a José Mário Vaz, que
disputa com o independente Nuno Gomes Nabiam a segunda volta das eleições
presidenciais.
As notícias surgem sempre acompanhadas
de especulações sobre a formação do novo governo e de seguida há quem através
de diversos contactos venha sugerir um apoio a José Mário Vaz, dando a entender
que esse apoio poderá representar um lugar no futuro governo.
Devido à insistência sobre a necessidade
de o próximo governo, que será chefiado pelo líder o PAIGC, Domingos Simões
Pereira, ser um governo de inclusão e não monopartidário, com a integração de
elementos da oposição e de personalidades independentes, os representantes
deste partido têm tentado cavalgar esta opinião e canalizar os convites para a
possibilidade de integração dessas personalidades independentes ou mesmo de
outros partidos, num futuro governo, como moeda de troca ao apoio a Jomav.
Ramos Horta tem-se multiplicado em
declarações no sentido de defender um governo de inclusão e o PAIGC sem abrir
mão sobre qual o critério que presidirá à composição do novo executivo anda
través este processo a pescar apoios à sua candidatura presidencial.
Paulo Gomes pôs um ponto final nesta
especulação. Seria interessante saber quantos outros terão sido contactados e
qual tem sido a resposta.
O PAIGC nestas últimas eleições
legislativas perdeu 12 deputados e é sabido que a liderança de Simões Pereira
não é consensual e que o partido está dilacerado por divisões internas o que
pode fragilizar de forma irreversível o esmagador monopólio com que este
partido tem bloqueado a vida política na Guiné-Bissau.
Simões Pereira não abre o jogo sobre a
futura composição do governo, mas em seu redor há grandes movimentações. Cada
grupo, cada sector de interesses sonha ter um assento no futuro conselho de
ministros sendo por isso muito difícil que o actual líder do PAIGC consiga
satisfazer todos e muito mais difícil explicar aos que têm uma forte formação
sectária e arrogante, que podem ser postergados num futuro elenco governamental
em detrimento de personalidades mais competentes mas de filiação partidária
diferente dos auto-intitulados libertadores, ou mesmo de independentes de maior
notoriedade e melhor competência.
Nesta fase este silêncio sobre qual as
linhas orientadoras de um futuro governo, se monopartidário ou de inclusão,
serve apenas para o PAIGC lançar a rede e canalizar suportes para o seu
candidato presidencial que face a uma dinâmica independente protagonizada pela
candidatura de Nuno Nabiam poderá obrigar o PAIGC a largar a sua tralha interna
e abrir-se definitivamente à sociedade e governar com os mais competentes.
Esta lufada de ar fresco já levou Nuno
Nabiam a dizer que enquanto presidente
não terá quaisquer dificuldades em trabalhar em cooperação com Domingos Simões
Pereira como primeiro-ministro, mas o contrário ainda não foi dito. Parece que
a nova mentalidade de inclusão ainda não terá chegado a tanto
Por outro lado, o facto de sobre José
Mário Vaz impender uma acusação do Ministério Público de ter sonegado mais de
12 milhões de dólares enquanto membro do governo de Cadogo, dinheiro esse que
constava de um apoio orçamental que nunca deu entrada nos cofres do estado
quando Jomav era ministro das Finanças, cria grandes embaraços à nova imagem
que Simões Pereira deseja protagonizar.
São demasiadas ligações a um passado que
levou a Guiné-Bissau ao desprestígio que todos dizem querer ultrapassar
De facto na Guine vivesse disto e para isto. Perdem muito tempo a falar e pouco a produzir. Estou com o Paulo Gomes pena que nao produzam
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